EU E AS PALAVRAS (Poesia)

 

       EU E AS PALAVRAS

 

Não sei bem o que é ser poeta

Mas nasci com esse dom

De brincar com as palavras

Adivinhar  seus intentos

Coordenar seus movimentos

Recolher todas no tempo

Escrevê-las… libertá-las

Soltar aos ventos…

 

Não acordo… elas me acordam

Desisto, já não brigo mais

Se elas mandam, eu cumpro.

Ás vezes se escondem… eu procuro

Entre curvas e sinais de trânsito

Outras vezes distraio… elas acham-me

Cozinhando, dançando ou amando

É um convívio desordenado

Não marca hora, tempo ou lugar.

Difícil é colocá-las pra dormir.

 

Se fico brava, não é com as palavras

Xingo, esbravejo e atropelo

As regras que me obrigam estudar

Acentos, pontuações, correções, etc…

Enfim, essa língua pátria de Camões.

Linda e sonora, e tão orgulhosa que

Se escrevo, “porra” diz que ta errado

Mas não me oferece outra sugestão.

 

Por isso deixo claro e poetizado

Se cometo atentado contra o português

Não me cobrem nada, nem os puristas

Nem os patrulhadores da língua mãe.

Gosto de escrever não corrigir

Gosto de enviar palavras e rimas

Gosto de traduzir suas possibilidades

De reviver sentimentos e revelar momentos

Estou aqui a serviço da emoção não da razão.

 

                         Fev./ 2007  IAD

 
 
 
Esse post foi publicado em Sem categoria. Bookmark o link permanente.

Deixe um comentário